Shimenawa e o “nó” da língua

Um dos símbolos religiosos que mais me chama a atenção é a shimenawa . Trata-se de cordas de cânhamo ou palha de arroz entrelaçadas, usadas em locais sagrados do xintoísmo para afastar espíritos malignos. Algo próximo é visto nas crenças brasileiras, com o advento das carrancas do rio São Francisco. Entretanto, estas originalmente eram feitas apenas para servirem de mercadoria, sendo o próprio povo quem posteriormente atribuiu a elas poderes místicos, conforme apontam historiadores. A shimenawa também serve para indicar a presença de uma divindade, sendo amarrada ao redor de árvores e pedras. Como se fosse uma lâmpada de luz vermelha em sacrários católicos. Ainda no mundo cristão, o elemento do xintó recorda-me um pouco o komboskini , cordão de oração ortodoxo. Ou até mesmo o próprio rosário da fé eclesiástica. Por sorte, o Ocidente não transformou a shimenawa em algo desprovido de sentido, como faz com inúmeras palavras do Oriente e/ou científicas. Um exemplo é o zen. Aliás...