Três incêndios e seus impactos

Foi na hora do almoço, longe do centro da cidade. Era um dia quente; chamas começaram a surgir. Bombeiros foram acionados. Assim começou um incêndio no Instituto Federal do Acre, em Cruzeiro do Sul. O fogo atingiu dois pavilhões do campus, causando nefastos prejuízos.
Na
segunda-feira desta semana, todos os estudantes e servidores do Instituto
Federal do Triângulo Mineiro campus Patos
de Minas foram surpreendidos. Quase quatro meses depois do incêndio em terras
acreanas (evito escrever “acrianas”), situações semelhantes pareciam começar a
ocorrer em terras patenses.
Também
ao meio do dia, também distante do Centro, também em uma tarde de temperaturas
elevadas. Também bombeiros foram acionados. E também um incêndio teve início.
Contudo, teve-se maior sorte nessa segunda história; as chamas não tiveram sua
gênese em ambiente fechado; muito pelo contrário: avançaram pelo Cerrado seco,
impulsionadas pelos movimentos do vento.
Servidores
uniram-se com baldes, derramando água na grama e no pasto. Alunos foram
impedidos de trabalhar próximos ao fogo, entretanto, continuavam livres para
auxiliar de outras formas. Um colega meu tocou-me no ombro e perguntou-me:
“Está rezando?”. “Estou ajudando como posso”, respondi.
Lembrei-me
de quando, semanas atrás, fomos às ruas participar do chamado Tsunami da Educação,
isto é, fazer oposição ao bloqueio de verbas arquitetado pelo Governo. Não
obstante, agora, o fogo que ameaçava o Instituto era mais inofensivo,
justamente por não ter sido tão proposital quanto o governamental. Tive a
certeza de que, se conseguimos continuar nossas atividades acadêmicas de forma
exímia com recursos reduzidos, conseguiríamos, também, vencer o incêndio
momentâneo.
Ouvi,
algumas vezes, o neologismo dos alunos: “O Iferno
está em chamas!”. Veio-me à memória um miniconto que escrevi: “Certa vez, uma criança perguntou a uma
franciscana secular: ‘No inferno há muito fogo?’. A mulher respondeu-lhe: ‘E o
que o irmão fogo estaria fazendo lá?’”. Ao escrever esta crônica, consultei
sua numeração: CCCXXXI.
Por
fim, a soma de esforços coletivos resultou-se positiva. Destaque dou ao
jardineiro. Em realidade, creio que foi ele o verdadeiro herói desse episódio;
se esse não zelasse pelo campus, a
área cercada teria sido mui facilmente invadida pelo incêndio.
E,
para finalizar, rendo graças ao Céu pelas precipitações atmosféricas desta
semana. Como um ser otimista, guardo comigo a expectativa de que, com a chegada
da primavera, um tempo melhor há de vir. Não ao “Brazil”, mas, quem sabe, a algum torrão de sertão, em algum
cantinho do interior negligenciado do Brasil.
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