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Mostrando postagens de outubro, 2021

O direito ao assento

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  Retornando à cadeira em que eu estava sentado três minutos atrás na lanchonete, acho-a ocupada por outra pessoa. Olhando ao redor, noto que todas as outras mesas já estão ocupadas. “Com licença, eu estava sentado aqui. Apenas fui ao banheiro.” Escuto como resposta: “Moço, não há nada seu aqui, ‘marcando’ este lugar”. Era verdade. Mas o que eu poderia ter deixado sobre aquela cadeira ou sobre aquela mesa para que se tornassem temporariamente “minhas”, se eu não levava nada nas mãos? Meus óculos? Meus sapatos?   Descontente, mas preferindo não discutir com o homem que me tomou aquele assento que não era, comprovadamente, meu, saí da lanchonete e procurei outro lugar para me acomodar e comer alguma coisa. Fui parar em uma praça de alimentação, proporcionalmente menos cheia e com mais possibilidades de saciar-me e de eleger um assento para reservar-me o direito de usufruí-lo. Já sentado, enquanto eu comia um sanduíche, pensei por um momento sobre o acontecimento da lanchonete.  

Entrevista concedida à Revista intransitiva

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Hoje (20/10), Dia do Poeta, a Revista intransitiva , periódico digital cultural-artístico de acesso livre da UFRJ, publicou, em suas redes sociais, entrevista em que respondo a três questões referentes à minha escrita. Seguem, abaixo, as perguntas e as respostas da entrevista. 1. Teófilo, por que você escreve? Tenho necessidade de me expressar, assim como todo ser humano. Para quem é introvertido, a escrita é um refúgio: posso participar desta entrevista sem mostrar meu rosto ou minha voz, por exemplo. Porém, o principal motivo pelo qual eu escrevo é que isto melhora minha capacidade de leitura e de compreensão. Ler e compreender são o que realmente importa em um mundo pouco evidente.   2. Como é o seu processo criativo na escrita? Penso que meu processo de escrita seja mais transformativo do que criativo. Ao falar de uma flor, transformo-a em poesia, mas não a crio: ela já existe. Tampouco crio as ideias que tenho. A leitura e a vivência se transformam dentro de mim, não s