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Mostrando postagens de maio, 2022

Por que temo a “microchipagem” obrigatória de cães e gatos em Patos de Minas

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Por meio do Decreto nº. 5236 , de 13 de maio deste ano, tornaram-se obrigatórios, em Patos de Minas, o cadastro e a identificação com microchip de todos os cães e gatos da área urbana do município. Segundo o artigo quinto do documento, “Os cães e gatos deverão ser cadastrados e identificados até o terceiro mês de idade. Parágrafo único. Os tutores de animais nascidos antes da vigência deste Decreto terão o prazo de 180 (cento e oitenta dias), prorrogável por igual período, desde que devidamente justificado pelo órgão responsável pela proteção animal para providenciar o cadastro e identificação dos animais”. A medida já está em vigor desde 16 de maio.   Embora, ao menos em aparência, os interesses com esse decreto sejam nobres — evitar o abandono de animais domésticos e facilitar a recuperação de um animal perdido —, a exigência da “microchipagem” é um tanto dura. Falo “ao menos em aparência” porque, atualmente, apenas seis clínicas veterinárias em todo o município estão habilitadas

Axiomas sobre trabalho em grupo

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  1) A melhor parte de um trabalho em grupo é a parte de fora. 2) Amigos, amigos... trabalhos em grupo à parte. 3) Mais vale um grupo de trabalhos sós que um único trabalho em grupo. 4) Não ponha o grupo na frente do trabalho. 5) A perfeição é inimiga do trabalho em grupo; a pressa, amiga da onça.

Experimentação de diário

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  1) Mamãe elogiou o último texto que escrevi, “ Maneiras gustativas de voltar a ser criança”. Ela me perguntou o que ele era, se um poema, se uma crônica, se um quê. Eu disse que não sabia classificá-lo quanto ao gênero textual, mas que era, certamente, um texto. Depois, quando for oportuno, consultarei meu amigo Lívio sobre a natureza daquilo. Ele sabe de muitas coisas e pode me ajudar com isso, embora eu saiba que ele não tem muita preocupação com rotular textos ou quaisquer outras coisas.   2) Hoje vovó faz 80 anos. É um grande número. Para contá-lo nos dedos, seriam necessárias todas as mãos de seus oito filhos. Estou muito contente com o aniversário de vó. Queria estar com ela fisicamente nesta data, mas estou em Campinas. De qualquer forma, mandei-lhe uma carta muito carinhosa, que alguém da família lerá para ela ainda esta noite.   3) Está frio. Diz a previsão do tempo que amanhã será mais frio que hoje. Será que ainda quero morar na Europa um dia?   4) Hoje a aula

Maneiras gustativas de voltar a ser criança

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  1) Em uma praça, peça um algodão-doce a um vendedor do produto. Enquanto a guloseima não fica pronta, faça-se hipnotizado pela magia dos fios cor-de-rosa transformando-se em nuvem no palito.    2) Ao tomar uma casquinha, distraia-se com alguma coisa até perceber que o sorvete começou a derreter, depois de ele já ter tocado o dedo de sua mão. Então, faça cara de espanto e ponha-se a lambê-lo depressa, num lado e noutro.   3) Ao comprar macarrão em um supermercado, eleja o de letrinhas. Em casa, tendo-o preparado, forme palavras que acompanharam você em sua infância.   4) Coma um suspiro. Depois, suspire.   5) Ponha um pirulito na boca. Primeiro, segurando o cabinho entre os dedos indicador e médio, finja estar fumando. Em seguida, movimente o pirulito de um canto a outro da boca e o retire depressa, produzindo um melodioso estalo.

Onde fica a casa do meu conhecido?

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Na parte da manhã, em sala de aula, eu e os meus colegas de uma disciplina chamada Escola e Cultura apresentamos trabalhos visuais que havíamos feito, frutos de uma atividade de produção de “minutos Lumière”. Um “minuto Lumière”, tal como nos foi ensinado, refere-se a um minivídeo sem som e sem cortes e com a câmera parada. Algo como um microconto visual de uma cena.   Fomos orientados a filmar a casa de um amigo, ou algo que ficasse entre a sua casa e a nossa, inspirados no filme iraniano Onde fica a casa do meu amigo? , de 1987, escrito e dirigido por Abbas Kiarostami. A maioria da turma registrou efetivamente casas, construções, prédios. Outra parte, em que me incluo, preferiu brincar com a polissemia da palavra “casa” e filmar não locais de residência, mas de encontro, de existência. Foi assim que gravei meu amigo Arthur, sem camisa, olhar a sacada. Pensei que o corpo fosse nada menos que nossa primeira morada.   A verdade é que tive de sair da aula um pouco mais cedo que o