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Mostrando postagens de julho, 2020

Verdade de perfil

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Minha foto de perfil já estava meio desatualizada. Pensei que eu poderia trocá-la, como normalmente faço de tempos em tempos. Gosto muito de tirar fotos, mas sou ainda bastante amador nisso. Gosto mais de tirar fotos de coisas que não sejam eu; animais e paisagens são muito mais esteticamente interessantes do que minha pessoa.   Quando fico contente com um disparo, começo a parte da edição. Esta, para mim, é a fase mais difícil. Sempre fico previamente inseguro, devido a meu daltonismo. Muitas vezes, quando não sei se a cor da fotografia editada é natural ou de acordo com o tom pretendido, peço a ajuda de algum amigo – ou, simplesmente, deixo a foto em preto e branco.   Ontem decidi atualizar minha foto de apresentação nas redes sociais. Mas surgira outro agravante: um calázio em uma pálpebra de meu olho direito. É a segunda vez na minha adolescência que tenho esse problema. Havia, então, duas possibilidades para mim: a primeira era fazer valer o nome “foto de perfil”, na condi

O besouro

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Certo dia, quando abri meus olhos, ainda sem sair da cama naquela manhã, vi um besouro a uns sessenta centímetros de mim. Fiquei deitado de lado, com a cabeça apoiada pelo braço, a olhar o pequeno inseto. Ele estava deitado de costas, como meu tio estranho costuma dormir à noite. Quando meu tio estranho vem me visitar, ou eu vou visitá-lo, não consigo dormir direito, pois ele ronca muito. Mas o besourinho não me incomodou na posição em que estava; parecia-me, na verdade, inofensivo. Quando abri os olhos, vi o besouro, inicialmente, quieto. Parado. Imóvel. Lembrei-me do curta-metragem O lobinho nunca mente , dirigido por Ian SBF e com a participação de Fábio Porchat. Talvez o insetinho estivesse impossibilitado de se mexer, ou até já estivesse morto. Foi então que ele começou a mover as patinhas, penso que com toda a força que possuía.   Li, em algum lugar, que besouros são muito fortes. Acho que é mentira. Fake news . Como pode um animal ser tão forte, se é incapaz de fazer o que e

“Sobrevivendo no inferno”, o álbum que nos ensina a vida tal como ela é

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Escutar rap não é de praxe para mim. Não tenho muito convívio com o gênero, e confesso que o ritmo não costuma me atrair. Tampouco uso prestar atenção às letras das canções desse segmento musical. Em quesito de playlist , sou bastante eclético, mas, até recentemente, a única canção de rap que, de vez em quando, eu escutava era o “Rap da felicidade”, em uma interpretação magnânima da Alcione. Assim foi até que me vi “obrigado” a escutar um álbum inteiro desse gênero. Isso porque, uma vez que tenho a pretensão de prestar o vestibular para ingresso na Unicamp em 2020, devo ler e estudar cuidadosamente as leituras obrigatórias para essa prova, e uma delas é justamente Sobrevivendo no inferno , dos Racionais MC’s.   Poucos filmes tocaram-me profundamente a alma; livros, menos ainda; álbuns musicais, conto-os em uma só mão. Nada obstante, o mais recente destes foi justamente o álbum de rap que tive que escutar com a mais decisiva atenção nos últimos dias. Sobrevivendo no inferno é “para