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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

Um sorriso vale mais que mil palavras

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Gosto de anotar os bons trechos que leio, seja para usá-los posteriormente como referência, seja para gravá-los em minha memória. No meu segundo ano do ensino médio, enquanto eu estudava teoria da Semiótica Social, li, em um artigo científico, o seguinte excerto: “Podemos afirmar que o maior instrumento de comunicação das emoções é a face, na qual se encontram fixadas as experiências humanas e, principalmente, aquelas relacionadas com os sentimentos. O sinal da face mais conhecido é o sorriso”. A autoria é das pesquisadoras brasileiras Sônia Pimenta e Cláudia Natividade, ambas da UFMG.   Na época, eu desenvolvia um projeto de pesquisa no IFTM que tinha por objetivo compreender como a mulher era retratada na propaganda soviética. Assim, separei esse pequeno trecho em um arquivo para que eu pudesse trabalhá-lo em minhas análises.   Hoje, resgato-o para aplicá-lo à foto em que a vice-prefeita de Patos de Minas, Sandra Gomes, posou com o presidente Jair Bolsonaro. Os internautas cr

Covides

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Há alguns dias, quando fui a um pequeno supermercado do bairro, passei a escutar a conversa de duas senhorinhas enquanto eu fingia estar indeciso sobre diferentes marcas de xampu. Uma dizia à outra: “Acredita que minha neta está com covid?”. “Menina, nem te conto do meu filho...”; em seguida, contou: “Também pegou essa doença e foi lá pro covid! Graças a Deus, ele conseguiu um leito”. “Nossa Senhora! Mas ainda bem que conseguiu o leito, porque a coisa tá feia!”.   Como minha enrolação com os xampus já se prolongava demais, peguei um anticaspa (na verdade, fui ao supermercado para comprar uma caneta, mas os itens de papelaria não ficavam próximos das senhorinhas de conversa interessante), paguei-o e voltei a casa. Porém, antes de chegar a casa, refleti no caminho sobre o que eu havia acabado de escutar: “foi lá pro covid”. Na língua popular, “covid” não é apenas nome de doença; é, também, nome de lugar.    O mesmo ocorre com a palavra “rádio”. Meu pai, por exemplo, já trabalhou

Lembranças recebidas

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“Os poucos versos que aí vão,/em lugar de outros é que os ponho./Tu que me lês, deixo ao teu sonho/imaginar como serão.” (Dorival Caymmi) Acabo de assistir a Dê lembranças a todos , documentário de 2018 sobre a vida de Dorival Caymmi. Fantástico. Os primeiros minutos já começaram muito saudosos: Bibi Ferreira (que hoje completa dois anos de falecimento) e Ângela Maria, entre outros artistas, falaram um pouco da grandiosidade desse tão importante cantor para a música brasileira. Costumo dizer que há duas famílias extremamente talentosas e relevantes na música brasileira: a família Veloso (Maria Bethânia, Caetano, Zeca, Moreno, Tom) e a família Caymmi (Dorival, Dori, Danilo, Nana, Alice...).   O filme revela a inspiração de algumas canções de Dorival e sua relação com a família e a Bahia. E mostra sua relação com Carmen Miranda, importante figura para sua projeção nacional, e com Stella Maris, com quem se apaixonou e se casou. Chama atenção também o lado artístico menos conhecido