Lembranças recebidas
“Os poucos versos que aí
vão,/em lugar de outros é que os ponho./Tu que me lês, deixo ao teu
sonho/imaginar como serão.” (Dorival Caymmi)
Acabo de assistir a Dê
lembranças a todos, documentário de 2018 sobre a vida de Dorival Caymmi.
Fantástico. Os primeiros minutos já começaram muito saudosos: Bibi Ferreira
(que hoje completa dois anos de falecimento) e Ângela Maria, entre outros
artistas, falaram um pouco da grandiosidade desse tão importante cantor para a
música brasileira. Costumo dizer que há duas famílias extremamente talentosas e
relevantes na música brasileira: a família Veloso (Maria Bethânia, Caetano,
Zeca, Moreno, Tom) e a família Caymmi (Dorival, Dori, Danilo, Nana, Alice...).
O filme revela a
inspiração de algumas canções de Dorival e sua relação com a família e a Bahia.
E mostra sua relação com Carmen Miranda, importante figura para sua projeção
nacional, e com Stella Maris, com quem se apaixonou e se casou. Chama atenção
também o lado artístico menos conhecido de Caymmi: a pintura. Além de cantor e
compositor, ele era um excelente pintor. Não foi mostrado no documentário, mas
sei que Danilo, seu filho, também pinta muito bem.
E Dê lembranças a
todos também revela as semelhanças entre as obras de Caymmi e Jorge Amado.
Há uma cena em que o escritor diz: “O que posso dizer de Caymmi? Nem sei. Nossa
vida está tão ligada que às vezes penso que sou Dorival Caymmi e que ele é
Jorge Amado”.
O filme está disponível gratuitamente no site do Sesc Digital e dura pouco mais de uma hora. Para quem quer ter lembranças, vale a pena assistir.
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