Não sou tão ubíquo assim



Ontem estive em um simpósio. Lá encontrei o Lívio, meu professor de português, que disse a mim: “Você é ubíquo!”. “Não me xingue”, brinquei pedindo, com o olhar, uma definição para o adjetivo a mim conferido. “Que está ou pode estar em toda parte ao mesmo tempo; onipresente” – este é o significado que traz o Michaelis.

Ri-me e respondi que possuo, mesmo, um quê de onipresença. De onisciente tenho nada, como me recordou meu próprio professor momentos depois, mas, de fato, gosto de fazer-me presente em vários eventos. Principalmente os artísticos, os culturais e os acadêmicos.

E não estou sozinho nessa “ubiquidade”. Um amigo meu, o Humberto, já comentou comigo que, sempre que saímos juntos, o Luís aparece. Concordei: realmente, se um dia eu precisasse achar o Luís com certa urgência, bastaria chamar meu amigo para irmos a algum lugar e lá ele estaria.

Como era de se esperar, o referido ubíquo com nome de rei estava também no simpósio de ontem. Ouvindo o comentário de meu professor, rapidamente confirmou: “Fui encontrar esse menino até no festival de literatura de Araxá”, disse cheio de humor, referindo-se a mim.

Terminado o evento, à noite, tive novos encontros, os quais aqui não relatarei. Não obstante, hoje minha disposição para sair de casa parece ter ido embora. Fiquei recluso, sem coragem de ir à missa. Enclausurei-me, sem disposição para ir ao festival Marreco, ocorrido no parque municipal.

Na semana passada, busquei tantas coisas e lugares... Palestra, orquestra, debate, teatro, pamonha. Já cantava Cazuza: “O tempo não para”; Lenine também dizia: “A vida não para”. Mas não consigo seguir ininterrupto. Preciso de pausas. E hoje foi dia de pausa; foi dia de escapar da vida e do tempo.

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