Autorretrato

 


As votações em Patos de Minas terminaram e os resultados já estão no ar. Além de servirem para eleger representantes, as eleições também servem para nos mostrar quem somos. A campanha nos mostrou que somos muito interioranos. Não digo que isso seja bom nem ruim, mas somos. Quando uma figura política revelou que ia à cidade vizinha comprar carne, por exemplo, ficamos ofendidos (embora, depois, a tenhamos perdoado). Por sua vez, os resultados desta noite nos mostram que somos muito “de direita” — e que, talvez, estejamos nos tornando mais “de direita” do que já éramos. Não houve candidato a prefeito de esquerda; nenhum candidato a vereador de esquerda se elegeu. Por outro lado, se votar bem é votar em quem nos representa, acredito que saibamos votar muito bem. Os candidatos hoje eleitos representam quem somos: uma cidade impecavelmente conservadora, que não tem dificuldades de transitar entre cordialidade e intolerância; que vota não em partidos ou em ideias, mas em pessoas amigas ou de boa fama. Não importa o que o meu candidato planeja fazer; importa que seja alguém de bem, em quem eu possa confiar. Nossa terra tem um grande futuro. Uma cidade enfeitada, defensora dos nobres valores da pátria, é o que queremos — e é o que já temos, e é o que certamente continuaremos tendo. O futuro de Patos de Minas é o agora.

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