Mapa de localização de Brejo Bonito. É provável que você não saiba, mesmo que lá more, mas Brejo Bonito está, na verdade, em dois municípios. Sim: a vila, que pertence a Cruzeiro da Fortaleza, expandiu-se e, atualmente, cerca de metade de sua área urbanizada está em Patos de Minas. As prefeituras de ambos os municípios estão cientes disso: inclusive, os gestores municipais de lá e de cá concordam em transferir uma pequena parcela do território patense para Cruzeiro da Fortaleza. Por que, então, nossos governantes nunca nos contaram isso e estão fazendo tudo às escondidas? Revelo essa história em meu trabalho de conclusão de curso, intitulado Uma vila, dois municípios? O conflito político-jurídico-territorial de Brejo Bonito , disponível no Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp (você pode acessá-lo clicando aqui ). “Resumo da ópera” No momento da criação de Cruzeiro da Fortaleza como município — e de Brejo Bonito como seu distrito —, em 1962, a área urbanizada de ...
Enfim, eu estava prestes a realizar este desejo antigo, que passei a ter desde que me mudei para cá. Paguei o item na máquina de autoatendimento do supermercado e trouxe-o para casa. Retirei-o da embalagem. Estava frio. Um cheiro horrível tomou conta do ambiente. Com um garfo, experimentei. Algumas experiências não precisam ser positivas para valerem a pena: aos olhos de Deus, um terço gozoso tem o mesmo valor que um doloroso etc. Meu paladar não se orientou pela medida divina — o cuscuz que eu acabara de provar não chegava aos pés do nordestino. Ainda assim, ter saciado o meu desejo fez compensar o dissabor. Algumas semanas antes, eu começara a sair com um rapaz. Ele estudava na mesma universidade que eu. Nós nos conhecemos no cinema. Lá, assistimos a um drama francês. Apesar de ele ter permanecido sentado ao meu lado durante toda a exibição, notei-o somente ao final, quando eu me levantava para ir embora. Foi ele quem puxou assunto. Estávamos, até então, desacompanhados. ...
Pouco após a publicação de O livro de areia pela Companhia das Letras, talvez em 2010, talvez em 2011, eu o li. Eu não estava nem na metade de “O outro”, o primeiro dos contos, quando fui inundado por um profundo assombro. Tive a sensação de estar correndo um grave risco se continuasse com a leitura, que era o de, aos vinte e poucos anos, ter lido o melhor livro de todos os que eu já havia lido e de todos os que eu ainda haveria de ler. A biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem, que o tinha recém-adquirido, contava com a obra completa de Borges, bem como com a obra completa de tantos outros escritores, e com a incompleta de um número ainda maior deles. Terminei a leitura de “O outro” e devolvi o livro à estante. Não tive coragem de continuar. Desde então li os demais livros de Borges — de fato, todos os que eu ainda não havia lido menos O livro de areia (e todos eles ótimos, menos os de poemas; para mim, a contribuição do grande mestre à poesia é nula) —, li alguns trabalhos ...
Comentários
Postar um comentário