As críticas nominais de Arnaldo Queiroz


Muito estão me chamando atenção as críticas explícitas que o candidato Arnaldo Queiroz (PSD) faz a seus adversários. Enquanto os demais candidatos preferem criticar os oponentes sem citar nomes, o advogado dispara seus juízos sem qualquer comedimento.

Em seu programa eleitoral de 19 de outubro, por exemplo, Arnaldo Queiroz faz severas críticas à candidata Béia Savassi (DEM) por, aproximadamente, um minuto. Para isso, ele utilizou a imagem da ex-prefeita em dois momentos: no primeiro, um trecho do debate entre os candidatos realizado no mês passado; no segundo, um trecho da propaganda eleitoral de Béia. Ademais, foi utilizado um trecho da música “Decida”, de letra de Airo Barcelos (falecido em 2010), interpretada por Milionário (ainda vivo) e José Rico (falecido em 2015) — ou seja, protegida por direitos autorais, não sendo feita sequer uma menção aos artistas detentores desses direitos. Como o candidato do PSD é um advogado, presumo que ele tenha conhecimentos jurídicos para saber como usar a imagem de outrem e trechos de músicas que não são de domínio público: pedindo autorização. Há alguns dias, perguntei ao candidato, por meio do Instagram, se ele havia feito solicitação prévia desses usos, ou, em caso negativo, o que ampara legalmente essa utilização. Não obtive resposta.

Hoje (02/11), Arnaldo Queiroz divulgou um vídeo criticando abertamente o candidato Falcão (PODE), por um pouco mais de um minuto. Ele disse que sempre tiveram uma convivência amistosa (inclusive, o primeiro é padrinho de casamento do segundo), mas que “de repente, esse menino começa a me chamar de coronel” (palavras de Arnaldo). Não é a primeira vez que essa crítica ocorre, e pelo mesmo motivo. Em 28 de julho, antes do início da campanha eleitoral, o candidato do PSD divulgou um vídeo contra Falcão — inclusive usando a imagem deste, como fez com Béia. No trecho em que fala o candidato do Podemos, este critica os “coronéis” da cidade, mas sem citar, nominalmente, seu padrinho. Arnaldo parece ter se sentido lesado com essa crítica (ele se identificou como um dos “coronéis”?), exigindo esclarecimentos de seu adversário — segundo o advogado, sem os esclarecimentos, Falcão estaria desmoralizado, bem como os apoiadores de sua campanha, “arruinando sua credibilidade”. O afilhado não respondeu publicamente a essas críticas.

Se eleito, Arnaldo Queiroz continuaria com esse hábito de criticar nominalmente pessoas que discordam dele? Continuaria com esse hábito de usar imagens de outrem em suas críticas explícitas? Ainda bem que escrevo em texto, em vez de gravar áudio ou vídeo... Com efeito, boa conduta política não é disparar críticas ferrenhas aos adversários, mas apresentar boas propostas.

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