Pedido de perdão

“O presente mais belo? O perdão”, disse, certa vez, Santa Madre Teresa de Calcutá. A homilia de ontem do Papa Francisco, na solenidade de Corpus Christi, tocou-me profundamente a alma. “O mal e os pecados não são a nossa identidade; são doenças, infecções. Pensei muito, nos últimos dias, que em breve eu deveria fazer um pedido público de perdão. Cogitei a data do dia nacional do perdão, recentemente estabelecida em 30 de agosto. Nada obstante, um sonho que tive na semana passada e os pequenos acontecimentos que o sucederam fizeram-me refletir que eu não deveria esperar tanto.

 

Na verdade, eu procurava por uma desculpa para que eu pudesse me expressar. Só que não venho pedir desculpas, mas perdão.

 

Assim, neste instante de coragem, escrevo este texto. Já faz muito tempo que publiquei algum texto de minha autoria. No último de que tenho lembrança, pedi “um pouco mais de calma” para mim mesmo, em nome de minha voz, em nome de meus silêncios. Agora, escrevo a pedir perdão a todos, inclusive a mim.

 

Não cito nomes. Isso, não devemos fazer nem em um confessionário. Muitas vezes, ofendemos pessoas sem termos consciência completa disso; outras tantas, somos prejudicados injustamente sem enxergarmos. Mais tarde, entretanto, normalmente a ciência de tudo vem.

 

Por isso, peço perdão a todos que ofendi e prejudiquei nas mais diversas esferas da vida: afetiva, profissional, espiritual... Peço perdão pelas fofocas, julgamentos e formas sutis de corrupção que cometi. Arrependo-me de todo o mal que fiz. Não digo que fiz tudo sem querer, pois, na verdade, a maioria do que fiz foi querendo. Arrependo-me, verdadeiramente e dolorosamente.

 

Peço perdão sincero a todos pelos meus pecados desde minha mais tenra idade, mas, sobretudo, peço perdão a aqueles a que ofendi e prejudiquei entre maio do ano passado e março deste ano. Arrependo-me do mal que fiz.

 

Não me arrependo do bem no qual fui instrumento, das opiniões saudáveis que defendi, dos posicionamentos inteligentes que optei. Mas não estou aqui para me favorecer, senão para me condenar e pedir perdão a todos.

 

Peço também perdão a Deus.

 

Por último, mas não menos importante, peço perdão a mim, por tudo que está ainda indigesto em mim. Provavelmente, não conseguirei ganhar de todos “o presente mais belo”, mas, assim mesmo, peço. Mendigo o perdão. Não guardo mágoas. Minha regra é perdoar. Mas tenho dificuldade de perdoar meus próprios “pesos”. E quero livrar-me deles.


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